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Até onde a fé religiosa é inofensiva?


Os perigos da fé religiosa para pessoas com desordens emocionais

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Obra da artista mexicana Frida Kahlo - Abrazoamoroso (1949)
Tudo na vida tem seu ponto de equilíbrio e com a religião não é diferente. Quando se ultrapassa o eixo lógico da sensatez o irreal ganha espaço e se instalando, revela uma confusão mental de difícil reencontro com si mesmo.

Certas pessoas muito religiosas não conseguem encontrar harmonia com o próximo pelo fato de se sentirem acima de todos pela ideia de serem protegidas por um ser classificado como Superior que as deixam  num tal estado alheio de irracionalidade levando-as a viver fora da realidade porque não conseguem delimitar um elo seguro entre a fé das fronteiras do imaginário ao real.
Pois é aí onde começa o caos, que é quando a pessoa sai do real para o sobrenatural deixando-se dirigir por personagens "espirituais" invisíveis vindos de lendas e mitos dos livros ditos SAGRADOS.
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“[...] A religião é o suspiro da criatura oprimida, o coração de um mundo sem coração e a alma de condições desalmadas. É o ópio do povo.” - Karl Marx

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Para Marx, a religião era um lenitivo como uma compensação, pois, a fé religiosa encobre as razões das fronteiras entre imaginário e real.

O fanatismo é, no entanto, um problema principalmente quando torna a vida daqueles que estão ao redor, um inferno. Anda junto com a hipocrisia, mas pode-se dizer que todo religioso tem um pouco dela, pois sendo falhos humanos, todos dizem uma coisa mas geralmente fazem outra. A maioria de suas atitudes possuem uma exacerbada carga de exageros, seja das demonstrações de amor como se isso fosse uma tábua de salvação ao seu próprio desespero. Não estou dizendo que devemos dosar nossos sentimentos, mas, se ele rege sua vida cegamente sob todos os aspectos e alguma coisa esta sem engrenagem dentro do seu interior, esse "amor" também pode de alguma forma revelar sua vulnerabilidade, visto que tudo o que transborda pode ser excesso o que satura demonstrando com isso uma certa fragilidade psicológica tendo como suporte um fadado amor doentio de dependências que ao invés de construir, destrói.

  A fé doentia criando  seu próprio inferno num lar onde o lema é Deus 24 horas por dia



A  imagem abaixo eu colhi num site de relacionamento de pessoas que conheço muito bem e posso dizer que não tenho como desviar meu olhar crítico quando vejo que a senhora inconscientemente admite viver numa condição sobrenatural em relação a vida por Deus e sua fé nele. Ela não tem noção do que significa ao pé da letra a expressão usada. Fiquei perplexa, eu que presencio atitudes que refletem bem o estado psicológico dos envolvidos, sabendo dos conflitos, tais como  uso de drogas,  filhos adultos com Síndrome de Peter Pan, resultado da superproteção dos pais, ambos co-dependentes destes filhos com  casamentos que não deram a nada, hoje na casa de 40 anos ainda dependentes financeiramente dos velhos pais, apresentando rasgos de personalidade e responsabilidades suspeitas, megalomaníacos e a mãe num jogo de faz de conta escondendo, abafando tais fatos tão evidentes esperando sempre por mudança através de MILAGRES vindos do alto porque ela sempre agiu dessa forma nos seus momentos mais tensos quando se exigia determinação com  ações mais enérgicas e precisas, ela no silêncio do seu quarto, aos pés da cama, ajoelhada, entregava tudo aos desígnios do seu Deus porque ele seria o sabedor maior, o salvador de todas as  causas.

Remetendo há mais de 3.000 anos aos tempos bíblicos do rei David no Monte Sião essa mulher de 72 anos sugere a leitura e reflexão do versículo desta ilustração.

Clique na imagem 

Convido você a meditar na grandeza desta palavra e o que pode representar no nosso viver. Para mim é o viver no sobrenatural, resultado da nossa fé no Seu poder, amor, e na Sua fidelidade. Resumindo: Confia em Deus. E as aflições do dia a dia, as guerras, as atribulações, o mundo desabando aos nossos pés não nos abalarão, porque os que confiam e esperam no SENHOR já estão vivendo em um alto retiro, nos lugares celestiais. Seguros e guardados (não se abalam). Vamos deixar DEUS ser DEUS. Ele é Soberano!

Ao que o senhor seu filho bom de palavras e argumentos precisos conforme seus interesses por tê-la como a pessoa que cobre suas necessidades básicas com a proteção e cuidados que recebe há 40 anos, estimula-a  complementando seu pensamento:

Lembre-se do que falamos ontem, mãe: você está na sombra do Onipotente - isto é, você está neste determinado patamar e nível espiritual, protegida por Deus, debaixo da proteção pessoal Dele, onde absolutamente nada pode afetar sua vida, seja física ou espiritual. Isto quer dizer também que você está vivendo um ponto alto da sua missão na terra. E não importa as atribulações, provações, ou cargas que possam recair sobre você, em todas elas será vencedora e será grata pela experiência vivida e pelos milagres presenciados, diante da demonstração do amor e poder de Deus, nosso Pai. Tudo que somos e aprendemos com a palavra de Deus em todos nossos dias, serve para aplicarmos no hoje e no amanhã. Te amo, te admiro muito. Obrigado pelo seu amor de sempre, por todas ajudas e compreensão.

Finalizando o diálogo ela como crente conformada conclui:

Amém. É, uma missão a cumprir dentro dos propósitos de Deus. Não fora. DENTRO. Para não errar o alvo.
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About Elisa Rocha

Livre pensadora ▃▃ uma aprendiz onde a existência é um eterno descobrir, artista plástica, amante da natureza, curiosa sobre a vida e seu sentido. Sou apaixonada pelas inovações da ciência, pelas maravilhas que o Cosmos nos revela e tenho esperanças no crescimento do homem enquanto ser afetivo e racional. ❤ Acredito que o melhor lugar do mundo está dentro do nosso próprio interior onde temos o poder de nos libertar ou aprisionar. ✔
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8 Ponderações:

  1. Oi Ana!

    Você vai com precisão a um ponto muito sensível da crença, que é o de alienar a pessoa da realidade danosa que vive, interpondo uma parede sólida entre o, ou os problemas e as possíveis soluções e no fim o que resta é muito sofrimento. Eu conheço uma família em que ao longo do tempo vem acontecendo coisas muito lamentáveis que são encobertas pela religiosidade da mãe, principalmente e dos filhos, mais pela influência dela. A essa altura até os netos estão sofrendo as consequências de coisas ocorridas anos atrás, que nunca foram enfrentadas, ao contrário, foram encobertas pelas missas, novenas de televisão, velas para santos, essas coisas todas.
    São todos tão infelizes naquela família e tão acostumados a acreditar que tudo vai se resolver pela fé que acho que já não sabem que há chance de tentar mudar o que está errado.
    Há momentos em que religião até pode ser um conforto, mas não sei se compensa coisas como as que você relata e as coisas que conheço.

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  2. Sim Shirley, a religião pode ser um grande conforto principalmente para algumas pessoas, aquelas que não acreditam em seu próprio potencial, mas elas precisam fazer a sua parte obrigatória na orientação dos filhos para que no futuro eles possam enfrentar a vida com seus próprios meios porque depois que as coisas se cristalizam em suas personalidades é um caminho difícil de retorno.
    Ai então...nem “Deus com sua infinita misericórdia” pode mudar a história, mesmo porque ele não anda dando a graça de sua graça já há milênios, mas, para os crentes a esperança nele é a última que morre e com ela vem os pacotes dos milagres que a bíblia tanto relata.

    Abçs

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  3. Muito bom seu texto, tb tive a oportunidade de presenciar, pessoalmente, muitas mazelas no meio religioso (eu mesmo era um rrsss)

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    1. ADAMANTDOG

      Pois nos dias de hoje com os crentes aumentando no meio evangélico, penso no que virá a ser nossa sociedade com um número de pessoas alienadas, assim como a força do contágio mais ou menos como o fenômeno misterioso, que os cientistas chamam de “bocejo contagioso”.
      A fé também pode ser contagiosa.

      Um abraço e o espaço está sempre aberto para você.

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  4. Oi, Ana. Ficou muito bom, o seu texto. Eu que agradeço por você ter compartilhado.

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  5. Obrigada pela visita Barros, espero não ter me tornado enfadonha em meus pontos de vista e que não tenha dado a impressão de hostilidade para com seus leitores com minha posição talvez radical ou intransigente.
    Um abraço

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  6. Ana (me permita o Ana) apenas para lhe dizer que não sou tão pessimista no sentido de achar que tudo está perdido e o sobrenatural está triunfando sobre a razão. Pense que a humanidade, mesmo aos solavancos e devagar caminha sempre para a frente. A história, de mãos dadas com a ciência, no final das contas esta na vanguarda de tudo. Veja bem, compare nossas crendices com a dos países ditos escandinavos onde a carga escolar ainda não tem comparação com a nossa. Um dia no futuro estaremos pensando como eles. Ainda que por gravidade. Gravidade mental. Porque estes países deram muito mais certo, no sentido da qualidade de vida do quero Brasil. E "nos" haveremos de copiar o modelo deles. Nem que seja por pura inveja,

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    1. Geraldo, sim, nem que seja por pura inveja rsrs
      Já no caso das pessoas envolvidas na narrativa, o estilo de vida dessa mulher é assim mesmo: focada e dependente em todos os sentidos por uma solução divina que nunca virá e meu pessimismo é justamente por achar que viver na espera dos milagres de um Deus que nunca vai lhe trazer soluções. Isso é verdade e então nesse caso eu sou racionalista.
      Quanto a mim, lhe garanto que pelo menos mentalmente vivo a realidade do raciocínio dos países escandinavos, apesar das diferenças culturais, sociais e econômicas é claro. Tenho vontade de morar num pais assim, onde todos tem a consciência de viver num mundo sem a influência de crendices, mitos, e engodos frustrantes.
      Seguramente que o progresso de suas vidas tem vindo da colheita de suas condutas ancoradas em seu próprio potencial e não pela crença em deuses invisíveis.

      Um abraço

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