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Pergaminhos: uma janela para a história

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Abril de 1947, vale de Khirbet Qumran


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Situado na fissura do Mar Morto junto as encostas entre dois barrancos profundos, em uma área onde atividades tectônicas são frequentes e a precipitação média anual é muito baixa, Juma Muhamed, pastor beduíno da região, recolhia seu rebanho quando ao seguir atrás de uma ovelha desgarrada percebeu que havia uma extensa fenda entre duas rochas. Curioso, atirou uma pedra e ouviu o ruído de um vaso se quebrando. No vaso, encontrou pergaminhos.

Este momento caracterizou-se como um marco para o mundo arqueológico: A Descoberta dos Manuscritos do Mar Morto.


Mar Morto, região onde foram encontrados os manuscritos em 1947
O Mar Morto é localizado em Israel, aproximadamente 15 milhas lestes de Jerusalém. Um mar considerado extremamente fundo (calculando a média aproximadamente 1,000 pés), salgado (algumas partes que contêm a quantia mais alta de sais possível), e o mais baixo corpo de água no mundo e é provido por vários fluxos menores, fontes, e o Rio Jordão.

Por causa de sua baixa elevação e sua posição em uma bacia funda, o clima da área é incomum. Sua evaporação muito alta produz uma névoa contudo sua umidade atmosférica é baixa. Áreas adjacentes para isto são muito áridas e favoráveis para a preservação de materiais como os Rolos de papel do Mar Morto.

Manuscritos do Mar Morto -  a primeira caverna descoberta pelo pastor de ovelhas em 1947
Caverna nº 1 de Qumran nas margens do Mar Morto, onde foram encontrados os primeiros manuscritos.

Khirbet Qumran "ruína da mancha cinzenta”, é um sítio arqueológico localizado a uma milha da margem noroeste do Mar Morto, a 12 km de Jericó e a cerca de 22 quilômetros a leste de Jerusalém, em Israel.
Os fragmentos dos manuscritos foram encontrados em onze cavernas em Qumran, datando de 250 a.C. ao século I da Era Cristã.

Os habitantes na época em que os manuscritos foram escritos eram os Os essênios - um povo humilde, de grande conhecimento, originário do Egito, que formavam um grupo de Judeus que abandonaram as cidades e rumaram para o deserto, passando a viver às margens do Mar Morto.


Vasos de cerâmica guardavam os manuscritos que foram escritos em sua maioria na língua hebraica, e alguns poucos em aramaico e grego.


A descrição da Bíblia, em Gênese 19, de um terremoto destrutivo perto da área do Mar Morto durante o tempo de Abraham é confirmada através de investigação arqueológica e histórica.
Enquanto nenhuma evidência permanece das cinco cidades da planície (Zeboim, Admah, Bela ou Zoar, Sodom, e Gomorrah) é acreditado que os locais delas estão embaixo das águas ao fim meridional do mar. Locais arqueológicos incluem Masada, Ein Gedi, e Qumran (onde os Rolos de papel de Mar Morto foram achados).
Eles foram descobertos ao longo da costa noroeste do Mar Morto. Esta é uma região árida cerca de 20 km a leste de Jerusalém e 400 metros abaixo do nível do mar. Os Manuscritos são compostos de restos de cerca de 825 a 870 rolos distintos, representados por dezenas de milhares de fragmentos. Os textos são mais comumente feitos de peles de animais, mas também de papiro e um de cobre.

Os documentos foram preservados por quase dois mil anos e são considerados o achado do século, principalmente porque a Bíblia, até então conhecida, data de uma tradução grega, feita pelo menos mil anos depois da de Qumran. Hoje, os Manuscritos do Mar Morto encontram-se no Museu do Livro em Jerusalém. Cientistas que os estudam têm sido capazes de recolher informações a respeito de como a Bíblia Hebraica foi escrita e transmitida de uma geração para a seguinte.

Os pergaminhos do Mar Morto foram escritos pelos essênios

Os Essênios



O nome Essênios deriva da palavra egípcia Kashai, que significa "secreto". Na língua grega, o termo utilizado é "therepeutes", originário da palavra Síria "asaya", que significa médico.

A organização nasceu no Egito nos anos que precedem o Faraó Akhenathon, o grande fundador da primeira religião monoteísta, sendo difundida em diferentes partes do mundo, inclusive em Qumran. Nos escritos dos Rosacruzes, os Essênios são considerados como uma ramificação da "Grande Fraternidade Branca".

Segundo estudiosos, foi nesse meio onde passou Jesus, no período que corresponde entre seus 13 e 30 anos. Alguns estudiosos também acreditam que a Igreja Católica procura manter silêncio acerca dos essênios, tentando ocultar que recebeu desta seita muitas influências.

A descoberta dos Pergaminhos do Mar Morto confirmou a referência feita pelo autor aos essênios e seus ensinamentos secretos, que precederam o cristianismo e que Jesus deve ter conhecido bem. Um relatório parcial sobre essa descoberta, do arqueólogo inglês G. Lankester Harding, Diretor do Departamento de Antiguidades da Jordânia, diz o seguinte:

"A mais espantosa revelação dos documentos essênios até agora publicada é a de que os essênios possuíam, muitos anos antes de Cristo, práticas e terminologias que sempre foram consideradas exclusivas dos cristãos. Os essênios tinham a prática do batismo, e compartilhavam um repasto litúrgico de pão e vinho presidido por um sacerdote. Acreditavam na redenção e na imortalidade da alma. Seu líder principal era uma figura misteriosa chamada o Instrutor da Retidão, um profeta-sacerdote messiânico abençoado com a revelação divina, perseguido e provavelmente martirizado."

"Muitas frases, símbolos e preceitos semelhantes aos da literatura essênia são usados no Novo Testamento, particularmente no Evangelho de João e nas Epístolas de Paulo. O uso do batismo por João Batista levou alguns eruditos a acreditar que ele era essênio ou fortemente influenciado por essa seita. Os Pergaminhos deram também novo ímpeto à teoria de que Jesus pode ter sido um estudante da filosofia essênia. É de se notar que o Novo Testamento nunca menciona os essênios, embora lance frequentes calúnias sobre outras duas seitas importantes, os saduceus e os fariseus."

Os Manuscritos do Mar Morto em forma digital já estão liberados para consulta pública na internet com cinco pergaminhos digitalizados.

Clique na imagem e entre no Museu do Livro em Jerusalém

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About Elisa Rocha

Livre pensadora ▃▃ uma aprendiz onde a existência é um eterno descobrir, artista plástica, amante da natureza, curiosa sobre a vida e seu sentido. Sou apaixonada pelas inovações da ciência, pelas maravilhas que o Cosmos nos revela e tenho esperanças no crescimento do homem enquanto ser afetivo e racional. ❤ Acredito que o melhor lugar do mundo está dentro do nosso próprio interior onde temos o poder de nos libertar ou aprisionar. ✔
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5 Ponderações:

  1. Muito legal mesmo, gostei demais, esperam que eles traduzam o resto alem de Isaias( Valeu Ana, seu blog é ótimo)

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    1. ADAMANTDOG
      Não resta a menor dúvida que os modos de vida de Jesus tem muito a ver com a filosofia dos essênios, que possuíam também conhecimento sobre medicina e o nome "essênio" provém do termo sírio asaya, que significa terapeuta.
      Os pergaminhos não fazem nenhuma referência ao Jesus-judaico.
      Obrigada pela visita.
      Um abraço

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  2. Ana, voce não acha estranho, não terem achado pergaminhos falando da vida de Jesus?! sera que não existe um grande complô nisso ai não?!
    Pode ser besteira da minha cabeça, mas eu tenho quase certeza que tem sim, só que não divulgaram e nunca vão divulgar, principalmente se for abalar tudo que esta estabelecido pela religião atual.

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    1. ADAMANTDOG
      Esta é uma dúvida vai permanecer entre vários segmentos filosóficos.

      Os manuscritos estão guardados noSantuário do Livro do Museu de Israel, em Jerusalém e a autoria dos documentos é até hoje desconhecida, mas acredita-se que seja atribuída aos essênios, uma seita judaica que viveu na região da descoberta.
      Os judeus tomaram posse dos documentos e eles não acreditam que Jesus é o Messias. Mas, autoridade de Antiguidades de Israel colocou a disposição os milenares documentos de Qumran digitalizados em altíssima resolução e disponibilizados ao público via Internet como você pode ver pela indicação na postagem.

      Um abraço

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♡ ♡ ♡Obrigada pela visita.