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Pedagogia natalina: a visita de Papai Noel


Papai Noel - a primeira mentira



O mito do Papai Noel origina-se de São Nicolau
Papai Noel foi inspirado em São Nicolau Taumaturgo, arcebispo de Mira na Turquia, no século IV. Nicolau costumava ajudar, anonimamente, quem estivesse em dificuldades financeiras.

Para os americanos, o Papai Noel vive no Polo Norte. Já para os europeus, sua casa é na Lapônia, Finlândia , mas, de qualquer forma considero Papai Noel uma figura importada de outras culturas misturado com paganismo e cristianismo e seu significado foi sendo elaborado desde a antiguidade atualmente  associado a noite em que é comemorada a natividade de Jesus.

Noite de Natal

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 Quando eu tinha 5 ou 6 anos por um descuido de minha mãe, deixei de acreditar em Papai Noel.
Falavam que, quando ele chegasse para entregar nossos presentes com o burrinho depois de uma longa jornada já estaria faminto, então, deveríamos providenciar feixes de capim para ele se alimentar (em outros países os figurantes são as renas, as únicas que sabem voar) e vivem no Polo Norte.

Feixe de capim para o burrinho de Papai Noel na noite de Natal, uma mentira importada e introduzida no Brasil
Na véspera, íamos até o jardim e voltávamos com um bom punhado de grama ou capim e colocávamos junto dos nossos chinelinhos na beira da cama, assim, quando ele chegasse de tão longa viagem até a cidadezinha do interior onde eu vivia, o seu alimento deveria estar a disposição. Não tínhamos a chaminé da lareira porque no Centro Oeste do Brasil onde nasci não cai neve, nunca caiu e nem vai cair tão cedo. Mas, Papai Noel vem todo ano.
Papai Noel, figura lendária em muitas culturas acidentais chegou ao Brasil por meio dos cristãos
Naquela noite como em todas do Natal, fui dormir com aquela agradável expectativa. O dia amanheceu e ao acordar procurei por meu presente de Natal e lá estava ele no lugar do capim... a minha boneca novinha e tão esperada. Emoção, olhos marejados de felicidade abraçava meu novo brinquedo, isto é: minha nova "filha" de brilhantes olhos azuis e cabelos cacheados.
Não sei até hoje o que me levou (talvez uma intuição), naquela mesma manhã vi ao lado da lata de lixo na varanda, algumas folhas de capim e afastei a tampa. Lá estavam todos nossos feixes verdinhos no fundo da lata. Alguma coisa passou pela minha cabeça com essa descoberta que não sei definir e com isso senti uma sensação de desilusão. Tive vergonha de cobrar a verdade de minha mãe, senti pena porque eu a amava muito e nunca toquei no assunto, ela apenas seguia uma tradição que lhe foi repassada. Minha mãe também um dia acreditou no bom velhinho.

Aos poucos fui percebendo que eu podia saber mais além do que me contavam porque eu gostava de questionar  sobre certas histórias que continham alguma importância para mim, principalmente aquelas com fatos que desafiavam meu entendimento por alguma discrepância. Papai Noel vindo do Polo Norte para a América do Sul no lombo de um burro ou seja usando outro meio de transporte distribuindo presentes a toda criançada de cá numa só noite em tão pouco espaço de tempo sem ser visto?

É bem certo que essa conclusão não aconteceu quando eu ainda era criança e tudo foi se desenvolvendo  na minha mente com o decorrer do tempo, até que fui me certificando que não poderia mais estar exposta a vulnerabilidade das crenças, como tantas milhares que existem.
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Meu ceticismo

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 Sem me abrir com ninguém, mesmo porque era pecado duvidar das coisas sagradas, me permiti  aprofundar mais no campo das minhas indagações sobre as coisas que considerava sem nexo e essa posição deu-me impulso para analisar com maior profundidade, principalmente naqueles pontos em que percebia uma falta de lógica.
Sempre me propus a depurar fatos com critério analítico e imparcial a fim de obter uma verdade mais próxima que satisfizesse minha curiosidade, eu precisava e preciso agir assim por mim mesma.

Passei a cobrar veracidade para uma realidade palpável e visível de tudo aquilo que aprendera, comecei a questionar a ausência de respostas quando eu ou outras pessoas em situações idênticas nos colocávamos em atitude submissa e até de joelhos a pedir aquele ente tão poderoso que nos atendesse aos pedidos, muitas vezes nem rogávamos por milagres, mas, pelo menos que as coisas fossem realizadas em resposta aos nossos esforços pessoais.
E foi aí que se instalou em mim o princípio da descrença em figuras emblemáticas e distantes da minha visão pessoal e objetiva, quero dizer: frente a frente, defronte, alcançável.

Conclusões ponderáveis

Apesar dessa história não me convencer, vejo um lado positivos nas festividades de final de ano pela aproximação de famílias, amigos, troca de presentes e gentilezas, encontros, gastronomia, viagens o que beneficia o comércio pelo consumismo, alimenta e reforça o sistema econômico.


Feliz Natal!!!!

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About Elisa Rocha

Livre pensadora ▃▃ uma aprendiz onde a existência é um eterno descobrir, artista plástica, amante da natureza, curiosa sobre a vida e seu sentido. Sou apaixonada pelas inovações da ciência, pelas maravilhas que o Cosmos nos revela e tenho esperanças no crescimento do homem enquanto ser afetivo e racional. ❤ Acredito que o melhor lugar do mundo está dentro do nosso próprio interior onde temos o poder de nos libertar ou aprisionar. ✔
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