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O culto ao pênis (phallus)


 Pompeia foi uma cidade da Antiga Roma situada na região de Campania (perto de Nápoles),  sepultada por uma erupção do Vesúvio.
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Pompéia esteve perdida durante 16 séculos


As 12 hs do dia 24 de agosto de 79 D.C., Pompeia sumia do mapa. Dos 20.000 habitantes de Pompeia, 15.000 fugiram para locais seguros mais distantes. Os demais resolveram apostar no abrigo de suas casas e morreram soterrados pela argamassa e cinza vulcânica que cobriram o solo de Pompéia em até 6m de altura.

Em 1748, Charles de Bourbon, Rei de Nápoles, contratou arqueólogos para as primeiras escavações científicas e históricas. Durante os primeiros trabalhos foram descobertos restos humanos em áreas ocas nas camadas de cinzas. As escavações atravessaram séculos e fizeram ressurgir a cidade. Inteira, mas morta. Com as escavações, foi se revelando uma cidade intacta (sem escombros) com farta revelação de como seria a vida dos pompeianos, com riquíssimo material artistico que revelava os hábitos de vida da população, inclusive seu comportamento sexual.
Imagem do livro "Enciclopédia dos Museus" - Pompeia
Bronze - Trípode com jovens faunos que suportam uma lebes [tigela] ou
bacia com formato de uma cesta, descoberta numa casa em Pompeia.
Fazia parte de utensilios domésticos
Uma grande extensão de atividades humanas estava representada por toda cidade - política, literatura, agricultura, religião, humor de lavatório e, acima de tudo (como hoje) sexo, numa abundância e diversificação alarmantes. Sexo comparece em muitas das pinturas, principalmente em alguns dos (pelo menos) sete bordéis de que a pequena cidade estava abastecida. Sexo era assunto normal e estético em Pompéia, e representações do órgão masculino eram, particularmente, abundantes.


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1° -Trabalho decorativo em tijolo numa casa em Pompeia
2° - Símbolo do pênis nas portas de entrada das casas como proteção

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Cultura e veneração ao pênis

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Algumas culturas, antigas e modernas, veneram, esculpem e usam o pênis como pingentes. Outras, como a nossa cultura judaico-cristã, consideram melhor pra todos os envolvidos mantê-lo escondido. Do período neolítico, quando os homens descobriram qual era o seu papel na concepção, até o cristianismo se espalhar pela Europa, quase todas as culturas tinham deuses com pênis notórios.

Pompéia - Acreditava-se que o emblema do Fálus nas moradias  servia para afugentar os espíritos malignos continuou através da Idade Media e exemplares de Fállus tem  sido encontrados nas paredes de certas igrejas.
Em alto relevo um Fálus esculpido numa residência

"O sexo em Pompeia era mais franco e menos inibido do que o praticado no mundo moderno, incluindo até o mundo tolerante de 1975. Existiam várias razões para que assim fosse. As representações fálicas (amuletos) eram usadas como salvaguardas contra o mau olhado, muito mais frequentemente do que se usam hoje os ‘corninhos de boa sorte' para neutralizar o mau olhado. Os aspectos populares desta religião antiga, especialmente a adoração ao aos padroeiros de Pompeia como a Deusa Afrodite (Venus) e ao Deus Dionísio, situavam-se em dois extremes: os fanáticos por uma espiritualidade glorificada e os obcecados pelo sexo, esses menos espiritualistas, que viam na vida extraterrestre um divertido deboche sensual. Deste modo o deus dos jardins era o Priapus que se apresentava espalhafatosamente fálico".
Numa cidade tão evoluída para a época (78 d.C.), para além do Lupanarium, também havia veneração aos deuses da fecundidade.

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Deus da fertilidade

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 O povo de Pompeia acreditava que Priapus era um  deus muito poderoso, o símbolo fálico aparecia com abundância em formas gigantes nas pinturas interiores das paredes das casas de habitação, em estatuetas, objectos domésticos tais como candeias de óleo, tigelas e até nas pernas das mesas. Este simbolismo era protetivo e não sexual.
Fresco of Priapus - Pomeii

De acordo com a tradição, Priapus era filho de Afrodite e do Dionísio. "Priapus era um deus muito feio, com genitais gigantes e promotor da fertilidade". Por causa do deus Priapus, o símbolo fálico tinha "o poder de afugentar o mau olhado" e por essa razão tornou-se muito popular entre o povo de Pompeia. Esta crença espalhou-se pelo mundo grego. Quando os romanos conquistaram os gregos adotaram os seus deuses mas deram-lhes nomes latinos. Assim Priapus passou a ser Fascinum, deus romano que tinha "o poder de afugentar o mau olhado". Devemos notar que os deuses Priapus ou Fascinum ambos tinham também o poder de conquista, coragem e autoridade.
A crença ideal dos pompeianos era: "Goza enquanto podes. A vida é muito curta. Goza a vida enquanto a tens!" O povo de Pompeia era positivo e otimista. Punham muita ênfase nas palavras "feliz" = "felix" e "felicidades" = "felicitas". "Como no conceito deles não havia nada que ultrapassasse o prazer sexual, essa era a razão principal porque havia por toda a cidade um predomínio revelador de atmosfera de sexualidade ".

 Um falus, inserido deliberadamente na calçada de Pompeia, assinalava aos interessados a direção do lupanar (prostíbulo).
Em relevo um Fálus ou Colon numa pedra dum pavimento em Pompeia
Fora de qualquer conotação pornográfica, o símbolo fálico, como origem da vida, aparecia na própria calçada romana, sendo objeto de respeito. O mesmo se diga da deusa da Fecundidade a quem as mulheres recorriam para as livrarem do estigma da esterilidade, quando casadas. Esta aparecia aos olhos da sociedade de então como que um estigma e o marido podia até repudiá-la!



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About Elisa Rocha

Livre pensadora ▃▃ uma aprendiz onde a existência é um eterno descobrir, artista plástica, amante da natureza, curiosa sobre a vida e seu sentido. Sou apaixonada pelas inovações da ciência, pelas maravilhas que o Cosmos nos revela e tenho esperanças no crescimento do homem enquanto ser afetivo e racional. ❤ Acredito que o melhor lugar do mundo está dentro do nosso próprio interior onde temos o poder de nos libertar ou aprisionar. ✔
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