Para nossa reflexão
Deus e natureza: uma só substância |
.Baruch Spinoza
“Per substantiam intelligo id quod in se est et per se concipitur; hoc est id cuius conceptus non indiget conceptu alterius rei, a quo formari debeat”
"Por substância compreendo aquilo que existe em si mesmo e que por si mesmo é concebido, isto é, aquilo cujo conceito não exige o conceito de outra coisa do qual deva ser formado”.
“(...) id quod intellectus de substantia perdipit tamquam eiusdem essentiam constituens".
“(...) aquilo que, de uma substância, o intelecto percebe como constituindo a sua essência”.
“(...) substantiae affectiones, sive id quod in alio est, per quod etiam concipitur".
“(...) as afecções de uma substância, ou seja, aquilo que existe em outra coisa, por meio da qual também é concebido".
“Per Deum intelligon ens absolute infinitum, hoc est, substantiam constantem infinitis attributis, quorum unumquodque aeternam et infinitam essentiam exprimit”
“Por Deus compreendo um ente absolutamente infinito, isto é, uma substância que consiste de infinitos atributos, cada um dos quais exprime uma essência eterna e infinita”. Deus, ou seja, a Natureza.
"Omnia quae sunt in Deo sunt et per Deum concipi debent (...), adeoque (…) Deus rerum, quae in ipso sunt, est causa; quod est primum. Deinde extra Deum nulla potest dari substantia (…), hoc est (…) res, quae extra Deum in se sit; quod erat secundum. Deus ergo est omnium rerum causa immanens, non vero transiens".
“Tudo o que existe, existe em Deus, e por meio de Deus deve ser concebido (...); portanto (...), Deus é causa das coisas que nele existem, que era o primeiro ponto. Ademais, além de Deus, não pode existir nenhuma substância (...), isto é (...), nenhuma coisa, além de Deus, existe em si mesma, que era o segundo ponto. Logo, Deus é causa imanente, e não transitiva, de todas as coisas.”
O Deus de Espinosa é a própria natureza, enquanto
necessidade e potência. Deus é a própria potência de existir segundo sua essência, e que se forma como Natureza Naturada, fazendo com que
tudo o que existe, exista em Deus e por ele seja concebido e não criado. A
Natureza Naturante é uma produção da potência necessária e da
essência de Deus, e não uma criação de um ser carente e portador de
defeitos e qualidades.
Não podemos nos submeter ao erro, de relacionarmos qualidades
humanas, como modos finitos, a uma substância que existe por uma
potência infinita e por uma necessidade, que não sofre paixões e que não
possui uma vontade para agir ou algo assim. Dessa maneira, Deus é uma
substância desprovida de humanidades e atribuir este caráter a este
mesmo Deus, é cometer um erro, que leva o homem a uma concepção
incorreta e nebulosa de Deus.
Fonte: A concepão imanente de Deus em Spinoza.
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